testemunho de uma mãe



Quando cheguei às mãos carinhosas da Cláudia e da Maternura, estava já muito cansada e muito triste. Tinha sido mãe pela primeira vez há alguns meses e o meu bebé era aquilo a que poderíamos chamar um bebé «difícil»: dormia muito pouco de cada vez (meia hora, no máximo), tinha um choro incessante que só conseguia acalmar (às vezes…) recorrendo a técnicas mirabolantes como o som de aparelho eléctricos e parecia precisar de colo o tempo todo, porque se recusava gritando a plenos pulmões o berço, o carrinho de bebé e as cadeirinhas-baloiço.
Nunca tinha recorrido a terapia de qualquer espécie, mas naquele momento, arriscar pareceu-me a decisão mais sensata a fazer. E ainda bem que o fiz. Posso dizer que as tais mãos carinhosas da Cláudia e o espaço acolhedor da Maternura me deram o conforto e a segurança que eu precisava para me vincular ao meu bebé, coisa que não acontecera durante o parto hospitalar muito pouco respeitado que tivemos e que motivou em grande parte, na minha opinião, os meses difíceis que se seguiram.
Sessão após sessão, a Cláudia escutava-me e envolvia-me na bolha reconfortante da sua empatia. Também ajudava a desconstruir alguns mitos que atormentam muitos dos jovens pais. Nunca me esquecerei da resposta dela à minha afirmação: «Ele só adormece ao colo!». Resposta da Claúdia: «Sim, os bebés precisam de colo. Todos os bebés que temos na Maternura são adormecidos ao colo.» Na altura, esta verdade simples e ancestral foi uma revelação para mim. Passei a não me revoltar com o tempo que passava com o meu bebé ao colo, passei a não contar as vezes que ele acordava de noite e passei, mais importante do que tudo, a confiar mais no meu bebé do que em quem quer que seja.
Aquilo que eu aprendi com a Cláudia é que o nosso bebé conduz-nos ao caminho mais harmonioso que podemos percorrer juntos se estivermos atentas ao que ele nos diz, calmas e seguras no nosso papel de mãe. Não aconteceu de um dia para o outro, mas aconteceu. E quando aconteceu, foi (e ainda é) a melhor coisa do mundo.
A.P. 
Dezembro 2013

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