terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Os direitos sociais dos bebés

fotografia de Miriam Reis
 
O bebé humano é um mamífero social e tem o direito a ser atendido nas suas necessidades sociais. Os mamíferos sociais surgiram há mais de 30 milhões anos e caracterizam-se pela intensidade dos cuidados maternais (o ninho ou nicho materno) incluindo a amamentação prolongada, o toque e presença física quase constantes dos cuidadores e a capacidade de resposta destes às suas necessidades, o brincar com parceiros de diversas idades e, em geral, experiências agradáveis e de bem-estar.
 
1- O BEBÉ TEM O DIREITO À PROTEÇÃO E SEGURANÇA DO SEU NINHO MATERNO. Os seres humanos nascem "prematuros", em comparação com outros animais: nove meses mais cedo em termos de mobilidade e dezoito meses mais cedo em termos de capacidades de desenvolvimento ósseo e capacidade de procurar alimento. O ninho materno para os filhotes humanos tem de ser ainda mais intenso do que para os outros mamíferos sociais devido ao subdesenvolvimento do recém-nascido. Os bebés precisam de um “útero externo” onde possam sentir a proteção e segurança que sentiam dentro do útero.
 
2- O BEBÉ TEM O DIREITO A SER AMADO DE MODO AFETUOSO. Os bebés que recebem apenas comida, fralda mudada e pouco mais não sobrevivem. No entanto, se receberem atenção parcial e permanecerem vivos, isso ainda não é o suficiente para o desenvolvimento do seu potencial pleno. O que faz bem aos bebés é que pelo menos uma pessoa adulta seja loucamente apaixonada por eles. 
3- O BEBÉ TEM O DIREITO A SER CUIDADO COM SENSIBILIDADE E INTUIÇÃO. Os cuidadores devem saber ver os sinais de cada bebé em vez das indicações de peritos bem-intencionados.
 
4- O BEBÉ TEM O DIREITO A ESTAR A MAIOR PARTE DO TEMPO "NOS BRAÇOS" OU JUNTO AO CORPO DO CUIDADOR. O contato pele com pele tem um poder tranquilizador. Os bebés quando nascem estão à espera de companhia e não de isolamento nem de intrusão. Gostam de participar da vida social da sua comunidade.
 
5- O BEBÉ TEM O DIREITO À EXPERIÊNCIA SOCIAL DA RELAÇÃO CARA-A-CARA, E À PARTILHA DE OLHAR OLHO-NO-OLHO. O hemisfério direito do cérebro dos bebés, que se desenvolve rapidamente nos primeiros três anos, está ligado à experiência social e controla os sistemas de autorregulação. Os bebés que são colocados à frente de ecrãs, ignorados ou isolados, são privados destas experiências essenciais.
 
6- O BEBÉ TEM O DIREITO DE BRINCAR E MOVIMENTAR-SE. Os bebés precisam de brincar desde o nascimento. Brincar é um método primário de aprendizagem do autocontrole e das competências sociais. O cuidar da amizade, da recetividade mútua e do brincar constrói a inteligência social e prática. É no brincar com os bebés que lhes damos oportunidade de criar o seu modo pessoal de conduzir as relações interpessoais.
 
7- O BEBÉ TEM O DIREITO A CHORAR, USAR O SEU SISTEMA DE ALERTA QUANDO NÃO RECEBE SUFICIENTE. Como muitas culturas reconhecem há muito, é bom responder a cada gesto ou careta de um bebé sem esperar que comece a chorar. Os bebés pequeninos têm dificuldade em parar de chorar depois de começar.
 
8- O BEBÉ TEM O DIREITO A UMA REDE SOCIAL DE APOIO À SUA MÃE. À lista de cuidados esperados ainda acresce uma comunidade de apoio social positivo para o binómio mãe-bebé. As crianças crescem melhor com três cuidadores afetuosos e seguros. Na verdade, os bebés esperam mais do que o carinho da mamã e do papá. Os bebés esperam receber uma comunidade de cuidadores prontos a ajudar, da qual a mãe será a mais próxima.
 
9- O BEBÉ TEM O DIREITO A SER VISTO E RESPEITADO COMO UM SER HUMANO ÚNICO E ÍNTEGRO. Cada uma das práticas e cuidados acima mencionados têm efeitos a longo prazo sobre a saúde física, mas também social do indivíduo.
 
10- O BEBÉ SÓ TEM DIREITOS E NENHUM DEVER
 
Baseado no texto:
Ten Things Everyone Should Know About Babies
Ignorance about babies is undermining society

domingo, 15 de dezembro de 2013

Congresso da EABP em Lisboa, Setembro de 2014

Queridos amigos, estamos muito felizes pois já conseguimos reunir os 260€, o valor da inscrição no congresso! 
Muito obrigada a todos pela vossa generosidade, confiança e partilha.
Vou agora passar a contactar todos os que nos ajudaram diretamente ou por e-mail à medida que tiver novidades acerca do trabalho que irei apresentar no congresso.

Neste momento já me inscrevi no congresso e estou a agendar uma visita à Escola da Ponte para receber da parte daquela escola os elementos necessários à elaboração de um estudo comparado entre o modo como funcionam lá (especialmente a vertente da atenção individualizada a cada aluno e a colaboração e implicação dos pais no processo escolar dos filhos, as suas espectativas, o modo como são convidados a participar), e os princípios pelos quais nos regemos aqui no trabalho com os pais e os bebés.